Tratamento da Doença Trofoblástica Gestacional ​


A maioria dos casos de neoplasia trofoblástica gestacional são tratados com quimioterapia de agente único, sendo o metotrexato o mais utilizado. É importante dizer que a retirada do útero não garante a cura da doença, portanto a histerectomia é realizada somente em casos de exceção.

Na doença de baixo risco, mas que apresenta resistência ao metotrexato, pode ser feita troca para outro agente único como, dactinomicina, carboplatina ou etoposídeo. Se há refratariedade, ou nos casos de doença de alto risco, é necessário a combinação de vários agentes quimioterápicos, sendo o protocolo EMA/CO o mais utilizado (etoposídeo, metotrexato, dactinomicina, ciclofosfamida e vincristina).

Como efeito colateral do tratamento, podem ocorrer aftas em 2 a 10% das pacientes, assim como a irritação do globo ocular e dor no tórax. As náuseas são pouco frequentes.  Todos estes efeitos são bem tolerados e atenuados por medicamentos. Quando se faz necessário a combinação de drogas, os efeitos colaterais se tornam mais pronunciados, como náusea, queda da imunidade, queda de cabelos.

Tipos de cirurgia e Efeitos Adversos

Como já descrito anteriormente, a classificação em alto ou baixo risco e o estadiamento guiarão as condutas a serem orientadas e discutidas com a paciente. A própria faixa etária em que este tumor é diagnostica está associada a um desejo não raro de preservação de fertilidade.

Em forma geral, a primeira ação em uma paciente com o diagnóstico de Doença Trofoblástica Gestacional é a avaliação clínica da paciente que deverá anteceder o procedimento cirúrgico de esvaziamento uterino. A aspiração uterina é a principal técnica de abordagem para esvaziamento, pois garante menor invasividade para a paciente, com os melhores resultados para retirada completa do conteúdo intrauterino e menor chance de perfuração da parede do útero, apesar de não ser nula essa possibilidade. Quando associado com ultrassonografia, minimiza-se ainda mais essas complicações.

Para os casos de Neoplasia Trofoblástica Gestacional com a intenção de preservação da fertilidade, a cirurgia tem papel pouco frequente, uma vez que o um novo esvaziamento da cavidade uterina e quimioterapia são as ações mais frequentes.

Na Neoplasia Trofoblástica Gestacional de baixo risco existem raras indicações cirúrgicas, reservando-as para os casos de complicações no seguimento oncológico, como: sangramento sem controle clínico, perfuração uterina ou infecção pélvica. Nos estadiamentos de alto risco, a cirurgia pode ser útil para as áreas tumorais uterinas ainda presentes e resistentes à quimioterapia. Nesse contexto, a cirurgia serviria para um melhor controle e ação da quimioterapia.

As complicações cirúrgicas não são diferentes de outras cirurgias pélvicas e, por isso, o importante é compreender o melhor momento de indicação da cirurgia e quando realizar. Em muitos casos, evitá-la reduzirá morbidade e adiantará a terapia clínica.

Bibliografia:

  1. Braga A, Sun SY, Maestá I, Uberti E. Doença trofoblástica gestacional. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 23/Comissão Nacional Especializada em Doença Trofoblástica Gestacional)
  2. Freitas, F. et al. Gestational trophoblastic neoplasia lethality among Brazilian women: A retrospective national cohort study. Gynecologic Oncology 158 (2020) 452–459
  3. National Comprehensive Cancer Network. Gestacional Trophoblastic Neoplasia (Version 1.2021). http://www.nccn.org/professionals/physician_gls/pdf/gtn.pdf. Accessed June 13, 2021.

Onde posso tratar a NTG?

A neoplasia trofoblástica gestacional é uma condição clínica grave, mas potencialmente curável. No entanto, uma abordagem inicial inadequada pode resultar na necessidade de cirurgias desnecessárias, que podem mesmo impedir uma nova gravidez.  É recomendável que o tratamento e acompanhamento de pacientes com Neoplasia Trofoblástica Gestacional seja feito em centros de referência especializados, onde equipes multiprofissionais habituadas com o cuidado de pacientes com esta condição elaboram planos de tratamento individualizados e mais adequados. 

No Brasil, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e a Associação Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional (ABDTG) recomendam que as pacientes com Doença Trofoblástica Gestacional sejam atendidas em Centros de Referência. Todos os serviços a seguir são vinculados ao Sistema Único de Saúde, e reúnem médicos com grande experiência no tratamento dessa doença da gravidez:

Região Norte

  • Acre – Hospital das Clínicas do Acre (Rio Branco)
  • Amapá – Hospital da Mulher Mãe Luzia (Macapá)
  • Amazonas (Manaus) – Fundação CECON
  • Pará – Santa Casa de Misericórdia (Belém)
  • Roraima – Hospital Geral de Roraima (Boa Vista)
  • Rondonia – Hospital de Base Ary Pinheiro (Porto Velho)
  • Tocantins (Palmas): Dr. João de Deus

Região Nordeste

  • Alagoas – Hospital Universitário/UFAL (Maceió)
  • Bahia – Maternidade Climério de Oliveira da FMB/UFBA
  • Ceará – Maternidade Escola Assis Chateaubriand/UFC (Fortaleza)
  • Maranhão – Maternidade Marly Sarney (São Luis)
  • Rio Grande do Norte – Maternidade Januário Cicco/UFRN (Natal)
  • Paraíba: Hospital Universitário Lauro Wanderley – UFPB (João Pessoa), Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Campina Grande)
  • Pernambuco – Hospital Universitário/UFPE (Recife)
  • Piauí – Maternidade Dona Evangelina Rosa/UFPI (Teresina)
  • Sergipe – Hospital Universitário/UFS (Aracaju)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal – Hospital Regional da Asa Norte (Brasília)
  • Goiás – Hospital das Clínicas/UFG. Ambulatório de Mola. (Goiânia)
  • Mato Grosso – Hospital Universitário/UFMT (Cuiabá)
  • Mato Grosso do Sul – Hospital Regional do Mato Grosso do Sul (Campo Grande)

Região Sudeste

  • Espírito Santo – Santa Casa (Vitória)
  • Minas Gerais – Hospital das Clínicas /UFMG (Belo Horizonte)
  • Rio de Janeiro: Maternidade Escola de Laranjeiras da UFRJ (Rio de Janeiro), Hospital Universitário Antonio Pedro/UFF (Niterói)
  • São Paulo: Hospital das Clínicas da FMB/UNESP (Botucatu), CAISM/Unicamp-SP (Campinas), Hospital Universitário/Faculdade de Medicina de Jundiaí (Jundiaí), Hospital das Clínicas /FMRP/USP (Ribeirão Preto) Hospital Guilherme Álvaro (Santos), Hospital das Clínicas/EPM/UNIFESP (São Paulo), Hospital das Clínicas /FMUSP (São Paulo)

Região Sul

  • Paraná – Hospital das Clínicas /UFPR (Curitiba)
  • Santa Catarina – Maternidade Carmela Dutra (Florianópolis)

Rio Grande do Sul: CR de Patologias do Trofoblasto/UCS (Caxias do Sul), Santa Casa – CDT (Porto Alegre),

Vivendo após o coriocarcinoma

Hoje no Brasil, existem centros de referência para a doença em todos os estados do país. A lista dos Centros de Referência de cada estado está disponível na página do facebook da Associação Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional.

Mulheres que tiveram mola hidatiforme não complicada, poderão engravidar, em geral, após 6 meses de exames HCG negativos. Já pacientes que necessitam de quimioterapia para tratar a doença, o tempo de acompanhamento após o tratamento é maior, e em geral, autoriza-se engravidar após 1 ano do fim da quimioterapia e de exames negativos de HCG.  Por fim, é essencial não esquecer que durante o acompanhamento de cura, a paciente não pode engravidar e deve usar métodos de contracepção.

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